Li esse artigo hoje de manhã e achei muito interessante. Penso exatamente como a Claudia Visoni, afinal estamos fazendo uma festa para nossos filhos ou para "mostrar" para nossos convidados?
Por que uma super-power-over-festa?
Os excessos das festas infantis passam
para as crianças a mensagem de que comemorar é consumir loucamente,
cultivar o desperdício e comer coisas péssimas para a saúde.
O aniversário dos filhos é uma ocasião gloriosa. Todo ano me emociono –
duplamente, porque tenho gêmeos — ao perceber que mais uma etapa se
foi. Aqueles ex-bebezinhos tão indefesos agora não só lêem, escrevem e
fazem contas, como viajam sozinhos para o acampamento nas férias. Assim
vai ser para sempre, imagino. Por isso, entendo per-fei-ta-men-te todos
os delírios na hora de planejar o ritual de comemoração infantil. Os
pais estão sob o efeito de fortes emoções e têm vontade de contratar um
espetáculo da Broadway, montar uma sucursal da Disneyworld no jardim e
da Incrível Fábrica de Chocolate de Willy Wonka na sala.
Não há coisa melhor do que celebrar a vida e eu mesma já caí na
tentação de adicionar uns toques de megalomania ao “Parabéns a você”.
Mas, hoje em dia, após ter acumulado algumas milhares de horas de vôo em
buffets infantis & eventos do gênero, fiquei mais sóbria. Antes de
transformar em realidade uma super-power-over-megablaster-festa, respiro
fundo. E lembro de alguns excessos em eventos alheios que seria melhor
não ter presenciado. Por exemplo, um animador ajoelhado no chão
carregando nos ombros a aniversariante de oito anos, que estava usando
uma coroa. Grupinhos de crianças de cinco anos, superexcitadas,
desrespeitando monitores inexperientes que não conseguiam colocar
limites. Brigadeiros sendo pisoteados. Guerra de batatas fritas. Música
inadequada em volume altíssimo. Buffet tão atulhado de brinquedos
eletrônicos que a molecada não conseguia correr e brincar. Comida
demais, qualidade inexistente.
Desperdício geral e irrestrito de tudo. E o que dizer do
constrangimento no final de uma balada dessas ao perceber que o presente
entregue era bem menos valioso do que a lembrancinha recebida?
Por causa do efeito estufa, hoje em dia existem empresas que estimam o
impacto ecológico de eventos e propõem compensações na forma do plantio
de árvores. Fico imaginando que, se fosse para calcular o que uma festa
de arromba versão infantil representa em termos de consumo de recursos
ambientais, levaríamos um susto. Especialmente porque superprodução não é
sinônimo de diversão. Quanto menor a criança, aliás, mais difícil
curtir tanta coisa e tantas pessoas ao mesmo tempo.
Cá entre nós, não precisa muito para o filho da gente se esbaldar no
dia do aniversário. É só juntar a turma dos amigos mais queridos,
arranjar um espaço que dê para brincar de pega-pega e esconde-esconde e
quem sabe inventar uma gincana. Dependendo da idade, envolver as
crianças na organização já se transforma numa experiência inesquecível
para elas. Em vez de contratar monitores, pai e mãe podem interagir com a
garotada e propor brincadeiras, uma manifestação de carinho que os
pequenos percebem e adoram. Em vez da tranqueirada gordurosa, que tal
colocar na mesa umas comidinhas simples, de preferência caseiras e
orgânicas? E, para terminar, as melhores lembrancinhas são as que ficam
na memória.
Fonte:http://conectarcomunicacao.com.br/blog
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Gostaram?
Espero que sim,
beijos,
Lê
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