Você
sabe como é fabricada a Margarina?
Nas
prateleiras dos supermercados, a grande dúvida: o que passar no pão, manteiga
ou margarina? A diferença básica entre as duas poderia ser resumida no fato
de que a primeira é de origem animal e a segunda de origem vegetal. Mas
todo resumo pode esconder detalhes importantes…
Origem
vegetal ou industrial?
Tudo
começa com um processo químico chamado hidrogenação. De forma
simplificada, é o acréscimo de hidrogênio ao óleo vegetal, matéria-prima usada
na fabricação da margarina. De óleo, ele passa a ser gordura, com ponto de
fusão em temperatura mais alta e com maior estabilidade no processo de
oxidação.
Em
resumo, a partir da hidrogenação os óleos se solidificam, dando origem à gordura
hidrogenada, base da margarina. O problema é que o processo de hidrogenação
dos óleos forma isômeros trans dos ácidos insaturados. A famosa
gordura trans, conhecida por reduzir o bom colesterol (HDL) e
elevar o mau colesterol (LDL). A gordura trans também é
encontrada em quantidades pequenas em animais como bois, cabras, ovelhas
e búfalos (de 2 a 5% da gordura total desses animais). Mas, no caso dos óleos
vegetais parcialmente hidrogenados, representam de 50 a 60% da
gordura total.
E
qual a diferença?
Um detalhe
importante é que o tipo de gordura trans predominante nos animais
(carne, leite e derivados) é diferente daquele predominante em margarinas,
gorduras vegetais hidrogenadas e óleos comerciais parcialmente hidrogenados.
A
preocupação dos especialistas com relação às gorduras trans está
concentrada especialmente nos produtos industrializados e não na gordura
presente na carne e no leite natural e integral. Além disso, o organismo
reconhece a gordura da manteiga como natural e consegue metabolizá-la, o que
não acontece com a margarina, que é recebida pelo organismo como uma gordura “estranha”.
Mas…
e as margarinas sem gordura trans?
A
partir da década de 50, estudos demonstraram efeitos adversos relacionados a
esse tipo de gordura, como ataques cardíacos, alguns tipos de câncer, diabetes,
disfunção imunológica e obesidade.
Com
a descoberta de tantos malefícios, muitas indústrias passaram a lançar no
mercado margarinas livres do “problema”. O que não quer dizer que
elas tenham se tornado mais saudável.
Uma
das saídas encontradas pelos fabricantes foi acrescentar à fabricação o
processo de interesterificação, que não gera gordura trans e
mantém a textura cremosa do produto. Todas as margarinas com zero trans têm
gordura interesterificada, que nada mais é que um óleo vegetal modificado
quimicamente.
Há
também a margarina light, que contém alto teor de água e por isso é reduzida em
gorduras e calorias quando comparada em um mesmo volume com as margarinas
tradicionais.
Mesmo
com as novas alternativas industriais, a qualidade do produto alimentício
não mudou.
Vale
lembrar que a margarina é artificial, cuja base, um óleo vegetal
produzido sob alta pressão e temperatura, é totalmente modificado pela
hidrogenação química.
Após
a hidrogenação, branqueadores modificam a cor acinzentada e retiram o odor
desagradável que fica na gordura. Ao produto são adicionados pelo menos sete
aditivos químicos sintéticos entre corantes, aromatizantes, espessantes e
vitaminas A sintéticas. A margarina vai então para os mercados com o
rótulo de “alimento saudável”.
Ah,
o marketing…
A
conhecida propaganda de margarina, que relaciona o consumo do produto a
ambientes saudáveis e alegres, é em geral estrelada por atores bonitos que
formam a clássica “família feliz”. Uma forma bastante convincente para
arrebanhar um número crescente de consumidores ao longo dos anos.
Entre
1910 a 1970, o consumo de gordura animal entre os norte-americanos baixou de
83% para 62% e o consumo de óleos vegetais e margarina aumentou 400%.
A
história do seu surgimento está relacionada a uma grave crise econômica na
França, no final do século XIX, quando produtos como a manteiga aumentavam de
preço e o país necessitava de gêneros alimentícios que tivessem fácil
conservação e um preço razoável.
Após
vários experimentos, o químico Mége Mouriés conseguiu produzir uma nova gordura
que seria a base da margarina. A palavra vem do “margaron”, que significa “pérola”,
devido à aparência perolada que conhecemos.
Até
hoje, o apelo financeiro é determinante. Muitos produtos industrializados têm
como base a gordura hidrogenada por seu baixo custo industrial – e um
alto custo para a saúde.
Fonte: http://super.abril.com.br/blogs/ideias-verdes/
Lícia Sanchez
Vendruscolo
nutricionista FUNCIONAL
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Sallus: Rua Canesin,
181, Ribeirão Preto - SP,
(16) 3623-1855
Blog: http://nutricionistaliciavendruscolo.blogspot.com/
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